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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Um Brinde À (im)Perfeição


Não esperava que esse filme tivesse uma cena tão boa como essa. É uma conversa simples que fala sobre algo que falo sempre aqui, que é ser mãe. No começo foi difícil aceitar que eu não era uma mãe perfeita, como aquela imagem da mãe que eu tive desde sempre. Não sou uma mãe como minha mãe é, e muitas vezes isso parece ser um grande pecado. Sou mãe e sou humana. Se eu não correspondo à expectativa, isso não faz de mim um monstro. Apesar de tudo, dos erros e falhas, das frustrações, e de em alguns momentos querer estar em uma realidade paralela, eu olho pro meu filho e vejo que tem saúde, é esperto e inteligente, está dentro da faixa de desenvolvimento esperado pra idade dele e é uma criança feliz. E isso faz valer toda a confusão mental que existe na cabeça dessa pobre mãe. Um brinde à mim!






quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Uma Casa No Campo Para Dois

Um poeta já disse
Querer uma casa no campo
Perdão, Senhor Poeta!
Por me apropriar dos versos teus
Que a mim soam tão lindos e tão legítimos...
Maravilhoso ficar do tamanho paz
Contando carneiros no jardim
Ouvindo a quietude do silêncio
Sem línguas, nem ouvidos cansados.
Querido Poeta,
Como não desejar teu desejo
Vivendo nesta Babilônia de aço?
Eu quero a esperança que vejo
Pelas lentes embaçadas de meus óculos.
Também quero um filho de cuca legal
E meus amigos com suas cucas maravilhosas
Ah! Como és sábio...
Aqui não sentimos mais a terra.
Não plantamos nem colhemos.
Não sabemos ao menos
Admirar uma flor.
Confesso que não tenho muitos discos e livros,
Porém tenho lembranças e sentimentos.
São tantos e precisam de espaço.
Do espaço ideal
E da simplicidade,
Para que não se prendam à matéria.
Senhor Poeta,
Quando realizares teu sonho
Peço-lhe um favor,
Não me leves junto à ti.
Apenas ensina-me o caminho
Que um dia eu chego lá.




domingo, 26 de janeiro de 2014

Mart'nália - Namora comigo

Produção de Djavan. Música de Paulinho Moska. Voz de Mart'nália.

Só amando mesmo!



quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Dentro Do Lado De Fora

Do lado onde estou, já não sei. 
Era o lado de fora. 
Eu estava dentro e não queria sair. 
Ar rarefeito, é o que tem. 
Cortinas, grades e muros.
Quase não dá pra ver o sol. 
Quase não dá pra ver o céu. 
É impossível voar. 
E minhas asas não param de crescer. 
Quase não tem espaço. 
Sufocada! 
Do lado de dentro era difícil. 
Possível.
Lá dentro tem cores.
Tem sonhos. 
Tem vôos. 
Tem sorriso e música.
Mudança.
Cérebro e coração se separaram. 
Não sei onde está cada um. 
Se perderam. 
Eu também. 
Dentro, há realização. 
Mobilidade.
Aqui, limitação... 
Ou não? 
Procuro pela Terra da Transição. 
Essa sim. 
Realidade utópica.
Dentro do lado de fora.
Fora do lado de dentro.
Necessidade.
Quietude.
Tudo.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Silva sim, Xica não!

Não uso peruca
Nem pinto meu rosto
Não me chame Xica
Não assumi seu posto

Meu cabelo não nega
A minha cor não pega
Sua cor não vai me pegar
Seu cabelo não vai me negar

Sou natural, não sou exótica
É biológico, umbilical
Não é ilusão a sua ótica
É negação institucional




Não posso obrigar alguém a gostar da minha imagem,
e ninguém pode me obrigar a me desfazer dela.


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Eu canto Elza para defender a minha carne!

"- Aconteceu comigo. Eu tô respondendo um processo. É sério, não ri, de verdade. Eu tô respondendo um processo até hoje, por assassinato, entende? Olha pra mim e não ri. Tu acha engraçado mas eu acho triste. Eu quase não entrei pra casa por causa de processo. Eu falo nega, nego, porque é a que eu atravessei... que eu... desculpa. Sério. Ela era afrodescendente. E eu acho que assim, uma afrodescendente costuma se relacionar com? Com afrodescendentes. E eu pensei, pô, aguenta tudo. E eu atravessei. E eu até hoje sou acusado de assassinato, entende?"

(Transcrição da fala de um sujeito que atende pela alcunha de Cássio durante uma conversa ocorrida  no BBB)


Eis que nós temos a lei 10.639, temos as cotas nas universidades, cotas nos concursos públicos, cotas nas empresas privadas, temos a Seppir, temos Joaquim Barbosa e temos Mercado Livre (MAIOR site de compra e venda), permitindo o anúncio da venda de negros a R$ 1,00, temos repressão ao "rolezinho", temos a máxima exposição do corpo da mulher negra, temos a reprodução do mercado de escravos, temos a "preferência" da Fifa, temos(?) Amarildo e temos, por fim um participante do maior reality show do Brasil, que antes do trecho citado, teve uma postagem apagada de sua conta no Twitter em que ele diz sentir falta do tempo em que ter escravos não era crime.
Na emissora de maior audiência no país, ter uma pessoa que explicita esses pensamentos, e reproduzir essas falas, só reforçam o que estamos diariamente tentando combater, mas esse compromisso social, nós sabemos que não existe por parte dessa mídia.
Eu já passei pela fase de pensar que abafando notícias como esta, estaria coibindo o racismo. Mas não, é com a tristeza de reler estes casos e com a motivação da luta que reproduzo aqui essas notícias. Eu quero olhar na cara do racista e dizer: "Você não vai me escravizar novamente! A minha carne não está à venda!"

P.S: Sobre o caso do BBB eu não entendi diretamente a relação entre o sexo e a morte da garota e não encontrei esse caso do processo na internet, se conseguir atualização do caso eu exponho aqui.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Vida, vida, vida...

A vida é uma linda mesmo. Uma querida.
Ela consegue, com pequenos argumentos, me mostrar sempre que eu estou errada, sempre errada.
Que mesmo que eu esteja certa, estou errada.
Ela consegue por em dúvida meus princípios e minhas crenças.
- Ei, mocinha! Onde você pensa que vai com esse seu idealismo barato? E essa sua razão? Tsc, tsc...Volte aqui agora!
Minhas verdades, de frágeis se tornam mentiras.
A vida segue, eu tento.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Muito prazer, mãe e profissional!

-Tem filho?
-Tenho.
-Ah, não pode ter filho.

Esse foi o fim de um diálogo recente, que eu me dei conta que é um diálogo corrente com muitas mães. Existe uma vaga de emprego e entre os requisitos está "não ter filhos". Eu sei e todo mundo sabe da dependência de uma criança pequena, porém a partir do momento em que a mãe vai procurar um emprego é porque ela tem essa possibilidade de trabalhar.
Enfim, o caso aqui não é esse, até porque eu nunca ouvi de nenhum homem ter sido rejeitado por um contratante por ser pai ou que perdeu o emprego por ter que sair cedo em caso de emergência com @ filh@.
Fiquei pensando que para a "sociedade", um homem que tem filh@ tem por obrigação trabalhar. Um homem que tem filh@ passa credibilidade ao se candidatar a uma vaga de emprego, pois o raciocínio é o seguinte: "tem filh@, será comprometido com o trabalho, responsável, tem que levar o leite para casa".
Se o raciocínio é esse, porque aquele diálogo inicial existe? Ah sim, desculpe, me esqueci que agora é a parte em que eu falo da mãe. A mãe foi feita pra cuidar d@ filh@, ficar em casa e não para o mercado de trabalho, porque a parte do dinheiro é com o pai.... Mas.... e se não tem pai? E se o pai não participa? Ou se simplesmente essa mãe quer trabalhar porque gosta e porque sabe que lugar de mulher é onde ela quiser estar? E aí, como faz?
Vivemos numa época em que mulheres são chefes de estado e que ainda se rejeita uma profissional por ela ser mãe!!!
Criança dá trabalho, existem emergências, existem as viroses e doenças da estação, mas assim é a vida de qualquer pessoa. Junto à mãe que trabalha existe alguma estrutura, seja a família, a creche, o pai, que a possibilite sair de casa, que a possibilite ser também uma profissional.
Já sofremos preconceito por ser mulher e querem nos impedir de sermos donas de nossas vidas, de sermos chefes de família, de sermos livres mais uma vez. Não vão conseguir!