Pra todo padrão e estereótipo já criado, a vida e o passar dos tempos se encarregaram de criar novas versões. Mesmo assim, sempre existirá quem queira se manter preso ao que aprendeu ser certo um dia e por isso classifica como incerto quem diferente for.
Quando criança não aprendi a soltar pipa, nem jogar bola e brincar na rua não podia. Passava as tardes com minhas bonecas, brincado de casinha e de fazer as coisas que hoje só faço por obrigação e necessidade mesmo. Eu era menina.
Hoje sou mulher. Só pude me entender assim após ser mãe [de um menino].
Hoje já não acredito em separação de gêneros, não acredito em padrões. Azul cor de menino, rosa cor de menina. Boneca, bola. "Ele é menino, corta o cabelo dele". Acredito em coisas de criança, coisas de adulto.
Aprendemos na infância que em casa existe uma mamãe e um papai. Quando o padrão não é esse,é como se faltasse alguma coisa. Não falta!
Aqui tem alguém que dá carinho, brinca, ensina e faz dormir e que tem pouco tempo pra isso. Garantir o leite de todos os dias requer um tanto de ausência diária.
Chega a ser mágico poder ensinar um menino a fazer xixi em pé, quando essa não é a minha normalidade. Não nos faz falta ter um 'lulu' pra servir de modelo.
Não nos faz falta ter outro ombro forte pra carregar criança cansada. Minha força física tem sido suficiente.
Não nos faz falta ter alguém ligado em tecnologia, economia, ferramentas e política, porque nós podemos ter isso tudo e tudo mais que for necessário.
Quem vai ensiná-lo a jogar bola? Advinha?? A mamãe aqui. Mesmo sem nenhuma habilidade pro esporte.
E a mesma mamãe, em breve vai aprender a soltar pipa pra poder ensinar ao filho e assim brincaremos juntos. E um pouco mais pro futuro aprenderei a dirigir e ensinarei o meu filho também.
Ensinarei ao meu filho como se deve tratar as pessoas, sejam mulheres, homens ou que não se enquadrem em definições de gênero. Ensinarei que ser um homem de verdade é ser uma pessoa digna, honesta, de bom caráter que respeita o próximo.
Ensinarei que o padrão a ser seguido é o padrão do bem.
Sobre o segundo domingo de agosto, o segundo domingo de maio e os outros 363 dias, posso dizer que não nos falta nada, porque sobra amor.
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