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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Eu, heroi

Me faço grande
Em sonhos de papel
Com cor de giz-de-cera
Sou heroi sem capa
Voo sem sair do chão
Mil ideias me dão asas...
Enfrento o dragão,
O leão,
O monstro do armário
E a sombra da assombração
Sou gigante
Escalo muros
Pulo obstáculos
E ganho o mundo
Meus poderes?
Lápis, bola e sorriso
Sem ter medo de nada
Me torno invencível
Lá vou eu
O céu é meu
O chão é nada
Infinita é minha estrada

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Todos os castelos caem. Porque castelos não existem. São frutos das ilusões acumuladas nas mentes férteis e suscetíveis. Paredes de ilusões não resistem às intempéries da realidade. Mesmo da realidade mais sólida e ensolarada. Castelos são papéis. São nuvens. São algodão. Basta um sopro, um espirro do vento. E tudo se vai.
Não fica nem a beleza, a imagem. Estas também são construções fajutas.
Também não existem princesas. Elas são apenas um reflexo maquiado de uma mulher qualquer. Princesas cospem no chão, no prato que comeram, cospem na cruz. Princesas mentem e se deixam enganar quando convém. Princesas vivem aborrecidas, frustradas, largadas. Não são princesas. São donas das verdades que não constroem castelos. São donas de um dia-a-dia em que nem todas as decisões são delas. São donas de uma vida em que ser feliz não é uma escolha tão simples. São donas de si, sem livros de auto-ajuda ou palavras de sabedoria. Vivem de pé, mas também sabem cair.