segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
Não é carência.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
Todas As Cores De Preta
domingo, 29 de novembro de 2015
A PRETA QUE SOU
domingo, 8 de novembro de 2015
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
O sim para a utopia
Eu digo sim! Aquele famigerado sim de final de novela. O sim para o casamento.
Eu vivo bradando que não quero, quando esse assunto entra em pauta e não quero mesmo ter um casamento dentro dos moldes que muitas mulheres com quem convivo relatam e reclamam ter. Eu cresci vendo relacionamentos abusivos e muito antes de saber o que é uma feminista, eu sabia que não queria aquela vida pra mim. Mulheres sendo subjugadas, inferiorizadas, preteridas, sempre insatisfeitas e mesmo quando se sentiam satisfeitas, eu via mulheres que viviam a vida do marido ou em função dele. Cresci, e pelo que vejo não mudou muita coisa. Hoje eu vejo mulheres jovens e esclarecidas que se conformam em dizer "que os homens são assim mesmo". Não me conformo e não aceito o conformismo. Quero uma felicidade real, uma felicidade a ser vivida.
Eu não quero um casamento por sexo pois, para isso não preciso de um parceiro fixo, ninguém precisa. Eu não quero um marido para pagar as minhas contas, porque eu as pago, trabalho pra isso. Pago minhas contas, minhas dívidas, minhas cervejas e calcinhas.
Não quero um marido pra fazer o serviço de homem na minha casa. Troco um chuveiro muito bem! Me entendo com os aparelhos eletrônicos e simplesmente não existe serviço de homem, o serviço é de quem sabe fazer e quem quer aprender.
Não quero um marido só por tê-lo. Muito me incomoda quando alguém me diz que eu vou me casar sim, como se não casar fosse o meu fracasso como mulher, um atestado de mulher infeliz. Sendo mãe sozinha, o casamento parece ser a minha rendição perante a Sociedade. "Foi mãe solteira, mas agora arrumou um homem que aceitou o filho dela e quis assumir". Não quero!
Que casamento é esse que eu quero então?
Eu quero dividir a vida com outra pessoa. Ser autosuficiente o tempo todo pesa, dói e precisei de um certo amadurecimento para admitir isso. A vida é muito grande pra vivê-la toda sem uma companhia fiel.
Quero um casamento em que eu possa ser abraçada quando o corpo cansar e dar o mesmo abraço quando precisar. Quero um casamento em que eu possa compartilhar o riso solto quando algo der errado e chorar quando as lágrimas transbordarem. Tomar chá quando estiver frio e suco de limão com couve quando a testa suar.
Quero um casamento onde haja gentileza e respeito se sobrepondo à raiva e às diferenças. Onde amor e companheirismo sejam as respostas na hora da dúvida e do medo.
Quero um casamento que me surpreenda também, que se renove e renove a vontade de estar juntos.
Sei que as pessoas se casam buscando por isso, mas nem todas tem. Acreditar que eu terei parece utopia, mas por que não acreditar? Qual o mal da utopia? Ela existe. Se não for assim, como será?
Sei do meu valor e de quanto amor e sentimentos bons tenho em mim. Perfeição eu não quero porque não existe, quero realidade, carne e osso, uma vida linda cheia de cansaço na subida com um ombro amigo pra se apoiar.
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
terça-feira, 22 de setembro de 2015
BEIJO-TE ABRAÇO
Abraço-te então
Como quem beijar-te ia
Dois braços sejam lábios
Corpo inteiro seja língua
Nos olhos fechados
Três segundos - um infinito
Dois mundo
Uma dança
Na cumplicidade do toque
A mão que conhece o couro
Bate sem ferir o tambor
Que canta...
Sob o quarto crescente
Te fiz meu
Sem que tu soubesses
Sendo tua
Como um dia irás descobrir
Que sempre fui
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Palavras de brisa-sonho
Escrevi poesia na nuvem
rabisquei com os dedos
Uma brisa suave
levou meus versos
como um balançar de asas
Segui aqueles restos de nuvem,
as meias-palavras
e os rabiscos pingados
Caminhei por toda a areia
daquela praia vazia
Marquei pegadas em zigue-zague...
O mar que não era calmo
me olhava com poder
Quebrava as ondas nas pedras
como trilha sonora
Eis que no alto azul
bailaram pipas de todas as cores
E com o branco dos meus versos-nuvem
formaram um balé arco-íris
Enquanto o sol se despedia nas montanhas de lá
Meus versinhos se alinhavam no horizonte de cá
Novamente eu vi minha poesia-nuvem,
como um pote de ouro no fim do arco-íris,
numa moldura de brisa-sonho.
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
A MENINA DA BONECA
A menina da boneca
Tem sempre uma companheira
Uma amiga fiel
Pra qualquer brincadeira
A boneca da menina
É filha, é princesa
E mesmo sem realeza
Dá motivos para amar
A menina da boneca
Sonhou o ano inteiro
E ganhou o seu presente
Em dezessete de janeiro
A boneca da menina
Não consegue imaginar
Que no mundo há crianças
Lhe esperando pra brincar
A menina da boneca
Ri um riso mais feliz
Pois é o sorriso da criança
Que ilumina a infância
Versinhos pra Lua
Lua linda cintilante
Brilha bailarina bela
Do céu,
Seu palco estrelado
Fez um fã apaixonado
Que te namora da janela
Lua senhora da noite
Paz na minha escuridão
Espero pelo suspiro do sol
Vejo dormir o girassol
E te encontro na imensidão
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
Olha o menino
Olha o menino atrás da porta!
Espiando a gente
Espiando a vida
Espiando o mundo
Esperto esse moleque
Tem a sabedoria dos pequenos
Olha o menino atrás do poste!
Ele veio pela rua
Chutando pedra
Driblando a sombra
Gastando o asfalto
Parece grande na sombra
Sonha grande esse pequeno
Olha o menino soltando pipa...
Cortando linha
Quebrando regra
Cortando o vento
Voando como papel
Colorindo o branco do céu
Olha o menino atrás da bola...
Correndo descalço
Levantando poeira
Marcando gol
Esse garoto é craque!
Nasceu campeão
Olha o menino ganhando a vida
Vendendo bala
Querendo bala
Levando bala
Parecendo homem
Mas sendo menino
terça-feira, 21 de julho de 2015
Hoje me suicidei
Doeu
Mas nos outros dias
Doia mais
Não cortei os pulsos
Não amarrei corda no pescoço
O veneno que tomei em dose grande foi rejeitado
A minha carne já estava mais que perfurada
Armas de fogo nada fariam
Nem lanças cortantes
Hoje me suicidei
Com uma única porção do que me faz mal todos os dias
Mas a escolha nem sempre foi minha
A falta dela é que me complica
Bastava só um gole dessa dor
e foi o que me restou hoje
Me suicidei
Me afundei em todas as lágrimas que não chorei
Num quarto de vida duvidosamente vivida
Parcialmente sofrida
Vezes arrependida
Me suicidei
Não rastejei
Me sentei no canto escuro e ali fiquei
Ali ainda estou
domingo, 19 de julho de 2015
Já fez uma faxina hoje?
Ao longo da vida, ouvi inúmeras críticas às mulheres que se prostituem com a justificativa de que em caso de necessidade de trabalho, sempre existe uma faxina pra fazer.
Isso me levou a fazer certos questionamentos quando eu deixei de recriminar as mulheres que fazem esse trabalho ( sim, trabalho!) e passei a entendê-las, afinal, as escolhas, independentemente dos motivos, são pessoais. Como poderia eu criticar tantas mulheres que eu nunca conheci e que mal algum me fizeram.
O moralismo das pessoas que as criticam, banalizam o contexto com a fala pronta de que se precisasse muito de trabalho ou dinheiro, faria faxina, mas não recorreria à prostituição.
Hoje, limpando a cozinha da minha casa eu quis perguntar para cada uma dessas pessoas: "Você já fez uma faxina?"
Você acha mesmo que todas as mulheres sabem fazer faxina?
-Uma mulher que não sabe faxinar é tão digna quanto aquelas que o fazem por profissão e aquelas que fazem sexo por profissão.
Você sabe o quanto é duro faxinar? E por amor, não me responda que prefere essa dureza a vender sexo.
Faxinar não é pra qualquer um!
Você tem conhecimento das humilhações que uma mulher passa ao limpar o chão de outra pessoa? Muitas vezes são tratadas como escravas, seres humanos sem direito a terem direitos, sem direito a terem escolhas . Tem sua honestidade testada por patroas que colocam grandes quantidades de dinheiro em lugar de fácil acesso na casa. Muitas vezes sem ter o direito de comer a mesma comida dos donos da casa, sem ter direito a parar pra comer. Ter seu trabalho desvalorizado e acabar aceitando pagamento muito abaixo do justo. Ter que ouvir que seu esforço não foi suficiente e a casa não está limpa como deveria.
Ao longo da minha vida também ouvi inúmeros relatos de pessoas que passaram por situações muito piores que as que citei, por fazer faxina, muitas vezes, por só saber fazer faxina.
Você acha mesmo que sabe fazer uma faxina, você acha que consegue?
Eu não!
Respeito as diferentes formas de pensar e enxergar a vida, mas uma mulher que vende sexo é tão digna quanto uma que vende limpeza ou doces, ou pizzas.
Digo mais, admiro muito uma mulher que põe a cara pra bater e o corpo na rua. É preciso muita coragem para isso e não vontade de levar vida fácil, pois pra grande maioria, nada é fácil nesse trabalho.
Não usem esse argumento. Mulheres fazem sexo por dinheiro até mesmo quando usam aliança na mão esquerda, então, não sejam moralistas e hipócritas.
quinta-feira, 4 de junho de 2015
Xiiii...Sonhei!
Fiz xixi na cama
Mamãe brigou
Desculpa mãe
Não deu, não segurou
Xixi na cama
Papai reclama
Que mal tem?
Você fazia também!
Xixi na cama
Roupa molhada
Troca o lençol
Colchão no sol
Xixi na cama
Vovó não liga
No seu abraço quente
Só ela me entende
Fiz xixi na cama
Mas eu levantei
Fui até o trono
Mas foi só um sonho...
Por entre os dedos
Quarto dia
Frio
No quarto,
a cama ainda quente
Entre as pernas
Uma ilha.
Sem solidão
Hoje não!
Calor escorre entre os dedos
Pele, pêlos
É Valerie o som.
Não é preciso sorrir
Boca fechada
Olhos fechados
Sem abraços
Mãos sim... Assim...
Fez-se a viagem
Sem pudores
Sem dores
O auto-amor.
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Eu, heroi
Me faço grande
Em sonhos de papel
Com cor de giz-de-cera
Sou heroi sem capa
Voo sem sair do chão
Mil ideias me dão asas...
Enfrento o dragão,
O leão,
O monstro do armário
E a sombra da assombração
Sou gigante
Escalo muros
Pulo obstáculos
E ganho o mundo
Meus poderes?
Lápis, bola e sorriso
Sem ter medo de nada
Me torno invencível
Lá vou eu
O céu é meu
O chão é nada
Infinita é minha estrada
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Todos os castelos caem. Porque castelos não existem. São frutos das ilusões acumuladas nas mentes férteis e suscetíveis. Paredes de ilusões não resistem às intempéries da realidade. Mesmo da realidade mais sólida e ensolarada. Castelos são papéis. São nuvens. São algodão. Basta um sopro, um espirro do vento. E tudo se vai.
Não fica nem a beleza, a imagem. Estas também são construções fajutas.
Também não existem princesas. Elas são apenas um reflexo maquiado de uma mulher qualquer. Princesas cospem no chão, no prato que comeram, cospem na cruz. Princesas mentem e se deixam enganar quando convém. Princesas vivem aborrecidas, frustradas, largadas. Não são princesas. São donas das verdades que não constroem castelos. São donas de um dia-a-dia em que nem todas as decisões são delas. São donas de uma vida em que ser feliz não é uma escolha tão simples. São donas de si, sem livros de auto-ajuda ou palavras de sabedoria. Vivem de pé, mas também sabem cair.
domingo, 12 de abril de 2015
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Tolo
Aquele que não pula as cercas da certeza cega,
da crença velha
O tolo
Que me faz gargalhar
por dizer que tolo sou eu
Não procura a felicidade
Nem gargalhadas
Me freia e me cala
- Tome cuidado!
Cuidado tolo
Pra não escolher o sofrer
E se o seu medo
É o meu "escolho sorrir"
Cada um de nós, então
Que decida como errar.