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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Não é carência.



Nem sempre é carência e não menospreze a carência. Mas, nem sempre é. 
Carência vive de momentos, de fases, períodos de tempo que conseguimos contar. Carência se ameniza com brigadeiro, filme da Reneé, músicas tristes, bons abraços e sexo bom.  Carência se distrai com risada de criança, chorar de rir com a melhor amiga, caminhada ouvindo música e vento na cara, corrida, muita dança e sexo ruim. Carência se disfarça com sorrisos, gargalhadas exageradas e piadas sobre si própria.
Mas não é carência. É falta.
E falta não se disfarça nem distrai.
E falta só deixa de ser quando é presença.
Falta é aquilo que você sente quando tudo mais te completa e você sabe que ela está presente, quando tudo mais se cala mas ela tá ali gritando. Falta vai surgindo nos detalhes que você entende, grandes ou pequenos, são aqueles dos quais você se lembra sempre. E em cada lembrança a falta se faz. Falta não se mede em meses, não é um período ou um ciclo, não é uma fase. Falta é uma companhia.
Não deveria ser vergonha assumir a falta, não é um erro ou uma escolha, tampouco é sinal de fraqueza. Ser feliz convivendo com a falta é para os fortes. E se não conseguir ser feliz, parabéns! Aí existe um ser humano normal que não consegue sempre, não conseguimos.
Falta é aquele sentimento que te faz direcionar o olhar pra um ponto qualquer e não pensar em nada, porque simplesmente falta. 
Faz falta.

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